sábado, 31 de dezembro de 2011

A N D A N Ç A S - 1

 Depois de mais de um mês de ausência, volto ao contato com meus poucos e fiéis seguidores...(espero). Agora daqui da minha velha e conhecida Lisboa - na quinta visita acho que já tenho intimidade suficiente para tratá-la assim - onde estou desde o início de dezembro. Venho por "motivo de saudade" como disse um compositor nativista ao retornar para os pagos depois de uma tentativa de viver na cidade grande. A minha motivação é uma filhota que há mais de dez anos divide seu coração entre Portugal e Brasil. O Natal, portanto, foi à moda portuguesa, com bastante bacalhau e vinho, lógico, e muitos tipos dos famosos doces da terra. A confraternização foi "multilíngue" porque haviam três franceses à mesa e, na hora do "amigo secreto", o improviso da criatividade foi o que predominou. Valorizei ainda mais o Esperanto que, se não fosse a pressão econômica do dólar...(Bom esse é outro assunto).

 Cada vez que venho nos encantamos mais com a cidade e sempre temos alguma coisa nova para conhecer. Aqui, se conseguirmos abstrair o tempo presente, é como se estivéssemos voltando ao passado. A qualquer momento, podemos encontrar o Pessoa numa esquina falando poesia ou o Eça discutindo os costumes da época. A permanência do bonde, tal como também o tivemos em Porto Alegre até há pouco, ajuda a manter o clima. Nessa linha, fizemos um passeio guiado pelo Bairro Alto, um dos mais antigos de Lisboa (Em 2013, completará seu 500º aniversário) com direito a conhecer a origem dos nomes das ruas. Aliás, parece-me interessante o costume de conservar-se o nome original dos logradouros. Acho que seria uma idéia que Jaguarão poderia pensar, aproveitando esse momento em que se planeja um investimento no turismo histórico. Tenho mais assuntos a comentar. Volto em breve.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

R E T O R N A N D O

(Direto de Jaguarão) 
  Voltar a Jaguarão, para mim, é, quase sempre, descobrir algo novo ou "redescobrir" alguma coisa que já fazia parte do meu almanaque,mas que me revela algum detalhe que, no cotidiano, não houvesse percebido pela força da rotina que, ao longo da vida, teima em nos privar de muitas vivências  boas.  Assim foi desta vez. Tomei conhecimento de algumas coisas boas e de outras não tão boas. Algumas anotações quero deixar registrado aqui para apreciação dos leitores.

MUSEU DO PAMPA - Para os que não estavam e nem estão na cidade: no dia 17 deste mês foi, finalmente, assinado o contrato para a construção do Centro de Interpretação do Pampa, que será erguido junto às ruínas da antiga Enfermaria. A cerimônia ocorreu na Unipampa, com a presença da Superintendente do IPHAN, Ana Meira; da Reitora da Universidade, Maria Beatriz Luce; do representante da empreiteira - Marsou Engenharia, Vicente Souto Júnior, além do Prefeito Cláudio Martins e outras autoridades municipais. As obras devem iniciar no próximo mês com previsão para serem concluídas em 450 dias. A instalação do Museu ocasionará uma completa transformação urbana e social em toda aquela área.

SEBO - Para mim Sebo é sempre notícia. Sou um dos maiores frequentadores desse tipo de estabelecimento onde quer que ande, por  dois motivos óbvios: "fanatismo pela leitura e pouca grana". O retorno desse tipo de empreendimento em Jaguarão é motivo de alegria para estudantes e "amantes da cultura" (Essa é antiga, hein?). O "Literatum Sebo" (magnum.soria@hotmail.com) está funcionando há oito meses e vem conquistando admiradores mesmo sendo um espaço modesto no tamanho. Por enquanto, abre somente aos sábados. Quando estive lá não tive oportunidade de conversar com o proprietário (Magno Soria), mas, em compensação, mantive uma agradável palestra com a sra. Deni Echevenguá, que é inquilina e colaboradora do Sebo. Fizemos uma boa retrospectiva no tempo, descobrindo algumas amizades comuns, tudo em nome do "saudosismo" e do "bairrismo" próprio dos jaguarenses. Quem vier a Jaguarão e tenha oportunidade, visite o  Literatum. Fica ali na Rua General Câmara, 768. Não vai se arrepender.

MATRIZ DO ESPÍRITO SANTO - Tive chance de manusear, embora superficialmente, o livro sobre a Matriz do Espírito Santo, de autoria do conterrâneo Eduardo Souza Soares, lançado recentemente, e confesso que fiquei impressionado com o trabalho, especialmente no que concerne às reproduções das obras de arte que fazem parte do acervo da Igreja, assim como algumas que pertencem ao Instituto Histórico. O trabalho fotográfico do Carlos Wiliam Caetano enriqueceu sobremaneira o livro. Também possibilitou que o ceramista Cléber Carvalho mostrasse seu talento, ao contribuir com uma réplica em cerâmica do templo, que ilustra a capa do livro. Em breve estarei "degustando" o trabalho completo. Cumprimentos a todos os responsáveis que tornaram possível a publicação. Confirmamos com o autor, em contato pessoal, nossa disposição de fazer o lançamento da obra na Capital, no próximo ano, quando for oportuno.

POLUIÇÃO SONORA - Deixei a nota negativa para o fim, sem que isso denote que o assunto não é deveras importante. Acho necessário, urgente e, ouso dizer, uma questão de saúde pública. Se não houver, de imediato, uma legislação restritiva em relação à utilização de equipamentos e veículos que ocasionam intensa poluição sonora - com o crescimento da cidade que se anuncia - acho que corremos o risco de tornarmos inviável e tranquilidade das pessoas, principalmente nos finais de semana. É abusiva a utilização de todo o tipo de aparelho sonoro, que impede os cidadãos de exercerem seu direito constitucional ao descanso. Alguém precisa tomar uma iniciativa. O Executivo ou o Legislativo são poderes legítimos para iniciarem esse processo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Z Ô O B R A S I L

 "Zôo de macacos galhofeiros, plagiando o viver dos estrangeiros desde o batismo às universidades". Nunca esta afirmativa do saudoso poeta Lauro Rodrigues esteve tão atualizada quanto hoje. Embora sua magistral obra - Senzala Branca - da qual consta o belo poema que dá título ao  livro, tenha sido publicada em 1956, o significado da crítica está, hoje, sobejamento demonstrado em nosso cotidiano e deve ser motivo de preocupação para aqueles que têm um pouco de amor às coisas que dizem respeito à cultura brasileira.

 Quem não se depara em todo lugar , e a qualquer momento, com um tamanho número de palavras e expressões em inglês, fruto dessa desenfreada campanha da mídia que resulta em abafamento de manifestações culturais nacionais autênticas? Faça uma experiência: dê um passeio crítico em um centro comercial (traduz-se para "shoping center") desses modernos e veja quantas lojas têm nome em português. E mais: quantos deles em língua nacional têm "adaptação" à língua inglesa, isto é, com "letras dobradas" (Eu já vi "becco") ou com os intrometidos apóstrofos, querendo copiar o caso genitivo da língua inglesa? Com minha experiência nessas observações, ouso dizer que, o percentual de denominações de estabelecimentos comerciais com nomes ingleses, nesses locais, chega a atingir 80% ou mais.

 Reconhecidamente (e inevitavelmente), as línguas sofrem influência de outras culturas. A nossa, rica em termos "ajenos", é um bom exemplo. Em nosso vocabulário foram incorporadas inúmeras palavras de outras culturas. O que, no entanto, está excedendo em nosso caso, é a substituição pura e simples de palavras portuguesas por expressões estrangeiras que são, de fato, impostas pela força econômica dos que detêm o poder de decidirem por nós. Há, igualmente, uma imposição por parte da mídia comprometida, dizendo que tipo de música temos que ouvir, só para citar um dos exemplos mais gritantes. Quer uma prova? Ligue um rádio e tente escutar música brasileira de boa qualidade em uma emissora e depois faça uma comparação. Observe, também, o "fundo musical" que costumam ser oferecidos em supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos. A diversidade é praticamente inexistente. A única opção que nos resta é ouvirmos o som importado.

 Voltei ao assunto a propósito de uma intrusão em nossa cultura que estão querendo nos enfiar goela abaixo. Falo do "halloween" (Escreve-se assim?), festa que, nos Estados Unidos, acontece no final de outubro. O pior é que conta com a adesão (ou conivência?) de professores, justamente os que deveriam ter mais cuidado em colaborar para a preservação da cultura brasileira.  

 As gerações que surgiram "pós meios de comunicação de massa" acabam introjetando de tal forma a cultura alienígena que ela chega a identificar-se para eles como nossa. Será exagero acreditar que, nesse ritmo, dentro de algumas décadas, não vai mais existir uma língua e uma cultura brasileiras? A única reação possível que vejo, é desenvolver uma consciência de que não precisamos sucumbir à massificação da anticultura brasileira e latino-americana que a mídia despeja cotidianamente sobre nós. É preciso dizer "não" antes que nos transformemos em brasileiros aculturados.

(Matéria publicada na Gazeta Regional de Camaquã, em 23.09.05. "Revista e melhorada" para postagem nesta data).

P A I N E L

O PIG EM AÇÃO - Já se deram conta como o PIG tem investido contra o Ministro da Educação?Atribuem-lhe a "culpa" pelos recentes problemas ocorridos no exame do ENEM como se ele pudesse evitar a existência no País de cidadãos corruptos que surrupiaram provas para usarem em seu proveito.
Bom, na nossa "santa mídia" eu já li uma crítica insinuando que o Lula (na época, presidente) era responsável por erros em um cartaz sobre um programa de governo...Será que é falta de assunto ou alguma outra coisa inconfessável?

GARIMPANDO - É o que mais faço na nossa tradicional feira de Porto Alegre. Desta vez, descobri, em um caixote, uma preciosidade em ótimo estado de conservação, que, infelizmente, ainda não possuia: "Gente e Coisas da Fronteira Sul", de autoria de nosso conterrâneo Sérgio da Costa Franco. São, como ele mesmo denomina, ensaios históricos onde desenvolve estudo sobre nosso município. Em uma das fotos, datada de 1951, pode-se observar a bela fachada do antigo (e demolido) Hotel Susini (ou Aliança). Soube, também, que a primeira jaguarense, nascida em 2 de novembro de 1802 (há exatos 210 anos) chamava-se Vasca em homenagem ao então comandante da Guarda, Vasco Pinto Bandeira. A população de Jaguarão, em 1890, era de 10.827 habitantes. Os interessados nesse tema, encontram essas e tantas outras informações, críticas e comentários em suas 189 páginas.

BOA NOTÍCIA - Reproduzo aqui informação "chupada" do blog da Confraria dos Poetas de Jaguarão, onde seguidamente me atualizo sobre novidades na cidade. Aprovada na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal o substitutivo do Dep. Jerônimo Goergen ao Projeto do Dep. Marco Maia, também gaúcho, que inclui 30 cidades brasileiras (12 no Rio Grande do Sul) no rol de Exportadores Varegistas Nacionais. O passo seguinte é a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, onde sua aprovação possibilitará, na prática, a implantação da chamada "zona franca" em Jaguarão. Continuamos na torcida!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

COLÔNIA JAGUARENSE CONFRATERNIZA

 Conforme foi anunciado, no dia 23 de outubro, domingo, a Colônia Jaguarense esteve reunida em um almoço de confraternização realizado na Churrascaria Garcias. Como sempre, os conterrâneos residentes fora de Jaguarão, que compareceram, tiveram oportunidade de colocar alguns assuntos em dia e ficarem cientes de algumas novidades que estão ocorrendo na cidade. Se você não pode comparecer, veja quem estava lá através dos cliques dos "fotógrafos jaguarenses" de plantão no local.

 Em relação ao Dia do Retorno, esperávamos ter alguma informação mas, infelizmente, não foi possível adiantar nada sobre o assunto porque, até agora, não recebemos nenhuma manifestação da Secretaria da Cultura do Município. O grupo que organiza os encontros em Porto Alegre considera que, em consequência desse problema, não haverá mais tempo hábil para organizar o movimento aqui, tendo em vista que a data prevista para o evento seria 3 de dezembro. Solicitamos aos nossos conterrâneos da Capital, interessados no Retorno que procurem manter contato com algum dos membros da Comissão para tomarem conhecimento do andamento do programa, se houver. Este espaço também divulgará as informações que lhe forem disponibilizadas.

 Telefones para contato: Ana Maria (9683.8018); Geraldo (9968.7852); José Alberto (233.4799);Wenceslau (9984.7379).

OBS: Infelizmente, não consegui postar, ainda, todas as fotografias do encontro. Vou ter que me socorrer do "meu mestre" Souza para resolver esse problema. Assim que for possível, corrijo essa falha. Peço desculpas! 




segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FREGUESIA DE JAGUARÃO - 200 ANOS

 Como parte das comemorações dos 200 anos de elevação à Freguesia, Jaguarão estará realizando diversos eventos já a partir deste ano. Como parte deles, ocorrerá, no próximo dia 26, no Largo da Bandeira, o lançamento da obra "Igreja Matriz do Divino Espírto Santo da Cidade de Jaguarão". O ato  contará com a participação de diversas autoridades, inclusive de fora do Município.

 A obra, que faz uma reconstituição histórica detalhada do centenário templo, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, é de autoria de nosso conterrâneo Eduardo Alvares Souza Soares que tem em seu currículo diversos trabalhos de grande valor bibliográfico relacionados à história de Jaguarão.

 Aqui, da capital dos gaúchos, queremos expressar nossos cumprimentos a esse grande estudioso de nossa cultura por nos brindar com mais esse trabalho resultado de seu amor e dedicação às coisas que dizem respeito a nossa terra. Suas obras, pela qualidade que apresentam, servem, hoje, de referencial para os que se interessam por temas ligados a nossa cidade.

 Lamentavelmente, não poderemos estar presentes na ocasião, como gostaríamos, mas esperamos poder contribuir com o lançamento do livro em Porto Alegre, em data a ser viabilizada em comum acordo com nosso grupo da Colônia Jaguarense.  

domingo, 23 de outubro de 2011

ASCAM/RS COM NOVA DIRETORIA

 No dia 23 de setembro do corrente, a Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul - ASCAM/RS elegeu a Diretoria que dirigirá a entidade no período 2011-2013. O ato ocorreu em assembléia geral durante o XXIII Congresso de Servidores de Câmaras Municipais, realizado em Porto Alegre, nas dependências do City Hotel, onde a entidade vem desenvolvendo seus cursos de aperfeiçoamento para funcionários e vereadores.

 A Diretoria eleita ficou composta dos seguintes servidores: Presidente - Valtair do Amaral Madalena (Porto Alegre); Primeiro Vice-Presidente - Wenceslau Gonçalves (Porto Alegre); Segundo Vice-Presidente -  Teodomiro Mathias de Toledo (Passo Fundo); Terceira Vice-Presidenta - Neusa Maria Rabuske (Santa Rosa); Primeira Secretária - Ilse Teresinha Boelhouwer (Porto Alegre); Segunda Secretária - Clívia Crestani Schwalm (Sertão Santana); Primeiro Tesoureiro - Ivan Santos de Oliveira (Porto Alegre); Segunda Tesoureira - Edith Sartor Coiro (Porto Alegre); Dep. de Cadastro e Registros - Leonardo Pinho Rodrigues (Porto Alegre); Dep. de Cerimonial e Relações Públicas - Sandra Maria Tedesco Saldanha (Porto Alegre).

 O Conselho de Representantes, eleito para o mesmo período, está constituído dos servidores (Titulares): Fábio Fidélis da Luz - Presidente (Porto Alegre); Gessi Guimarães dos Santos - Secretária (Porto Alegre); Adriane Fátima de Boni (Augusto Pestana); Aldo Sperry Júnior (Nonoai); Antônio Édson Oliveira (Triunfo); José Ori Pinheiro Paiva (Mato Queimado); Margarete Souza Cardozo do Nascimento (Porto Alegre); Rafael da Silva Porto (Camaquã); Vilson de Oliveira (Novo Tiradentes); Wilson Roberto Santos Flores (Alegrete). (Suplentes): Dagmar de Lima Nunes (Jaguarão); Hailton Terra de Jesus (Porto Alegre); Humberto das Neves Nuñez (Arroio Grande); Nilo Réus Perpétuo Kauffer (Porto Alegre); Vera Anita Silva da Conceição (Porto Alegre).

 A ASCAM/RS é uma entidade sem fins lucrativos que objetiva contribuir para o aperfeiçoamento principalmente dos servidores de Legislativos Municipais. Nessa tarefa, em seus vinte anos de existência (foi fundada em 08.06.1991), realizou mais de uma centena de eventos sempre voltados ao aprimoramento técnico de inúmeros assessores legislativos, não só do Rio Grande do Sul, como, também, de outros estados, que freqüentam seus cursos. A Associação participa do movimento brasileiro de servidores de Câmaras, através da ABRASCAM, da qual é associada. É a única entidade estadual da categoria que mantem atividade ininterrupta desde sua fundação.

 No ano em que comemora seu vigésimo aniversário, a ASCAM/RS pôde realizar seu antigo sonho da aquisição da sede própria. Desde junho, já está em seu novo endereço, em pleno centro da Capital: Rua Uruguay, 335 - sala 33, onde os próprios membros da Diretoria atendem e concentram suas atividades administrativas. Também pode-se tomar conhecimento de suas atividades acessando www.ascam.com.br.

 A ASCAM/RS é reconhecida por várias organizações públicas e privadas como uma associação que desenvolve significativa contribuição ao desenvolvimento da assessoria prestada aos legisladores municipais. Atestam essa credibilidade, os inúmeros eventos que tem realizado com o apoio de entidades como o TCE/RS, a UVERGS; a Escola do Legislativo da Assembléia do Estado e o IGAM, entre outras.

 O presidente eleito, Valtair do Amaral Madalena, servidor aposentado da Câmara de Porto Alegre, que já ocupou esse cargo em outras oportunidades, é garantia da continuidade do dinamismo e da confiabilidade com que norteou suas administrações anteriores. Os demais membros saberão dar o apoio necessário para que se concretize mais uma de suas gestões de sucesso.

 Os servidores de Câmara sabem, portanto, que podem contar com sua Associação e os dirigentes de hoje e do passado, podem orgulhar-se de terem construido uma entidade que tem o reconhecimento público em sua área de atuação. Vida longa e cada vez mais operosa para a ASCAM/RS!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

BEM-VINDO (Bienvenido) BRUNO!

 Bruno, que sejas muito bem-vindo. Fostes muito curtido por teus pais enquanto estavas na tranquilidade e segurança do ventre que te acolheu com tanto carinho. Ali aguardavas e te completavas para habitar o mundo que preparamos para ti. Digo preparamos porque, quer queira; quer não queira, cada adulto está contribuindo para o mundo que temos. Somos cúmplices de tudo que acontece na mãe-terra. Se ele é pior ou melhor, se poderia ser diferente e não é, dependeu de nós.

 Na sociedade que te aguarda, temos coisas boas e coisas más. Talvez a últimas até sejam em menor número mas, infelizmente, muitas vezes têm mais força. O mundo, com certeza, poderia ser melhor. Foi concebido (como acreditam alguns) ou evoluiu (como acreditam outros) para abrigar toda humanidade em perfeita harmonia e produzindo o suficiente para que todos nós pudéssemos viver tranquilos. No início a vida era mais difícil, porém mais pacífica. Isso enquanto todos tinham o mesmo quinhão das riquezas que a terra produzia.  Lamentavelmente, alguns acreditaram que poderiam ter mais que outros (nasceu a ambição) e criaram a propriedade e surgiram os "senhores". Constituiram poderosos reinos e impérios, filosofias e religiões. Muitos inventaram Deus apenas para justificar coisas boas e coisas más conforme a conveniência do momento. Ah, também inventaram as fronteiras. Com isso, fizeram com que umas pessoas fossem diferentes das outras. Assim: uns são ingleses, outros são portugueses; uns são brasileiros; outros são paraguaios, por exemplo. Na verdade, são apenas regras que os poderosos inventaram para impedir que estejamos unidos. Não deves aceitá-las como verdade absoluta. Esperemos que isso também vá mudar um dia. Nós somos, todos, apenas humanos! Iguais e, portanto, herdeiros dos mesmos direitos.

 Hoje, no século XXI, a ciência está tão evoluida que já conseguiu visitar outros mundos e até produzir vida artificial. Só ainda não logrou inventar uma máquina que faça as pessoas viverem em paz. É um pouco mais difícil. Quem sabe um dia! Quando estiveres mais crescido vais ver que a coisa aqui fora é um pouco complicada!

 Por todas essas coisas que estou te contando, não quero que desanimes. Tu és um privilegiado.
És um brasiguaio. Pai paraguaio e mãe brasileira. É uma bela mistura latino-americana, que nos aproxima muito e aí, onde vais crescer e começar a descobrir o mundo, a cultura dos antepassados é valorizada e a luta pela sua manutenção  tem que ser constante para que sobreviva ao poder econômico que insiste em sobrepor a qualquer outro valor.

 Bruno, ainda és muito pequeno para assumires alguma missão, mas deves ter alguma. Nós te convidamos para que venhas te somar nessa luta difícil de tentar mudar o que está errado. Desculpa-nos por não ser outro o mundo que te oferecemos. Quem sabe nos ajudas a torná-lo bem melhor para que os teus filhos não precisem ouvir este mesmo pedido de ti quando eles chegarem aqui.

NOTA: O Bruno chegou no dia 28 de setembro de 2011, em um hospital de Foz de Iguaçu, onde o      aguardavam seus pais - Oscar (paraguaio) e Marcele (brasileira) e trouxe alegria a toda a família e aos amigos que já tem, sem que ainda saiba disso.
       
 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

REUNIÃO DA COLÔNIA JAGUARENSE

 Conforme já havíamos anunciado, a Colônia Jaguarense em Porto Alegre, estará realizando almoço de confraternização no próximo dia 23 de outubro (domingo), a partir das 11h30min. O local do encontro será a Churrascaria Garcias, situada na Av. Praia de Belas, 618, onde já estivemos reunidos no mês de julho.

 A Comissão Organizadora do encontro já está fazendo contato com os conterrâneos que constam do cadastro em seu poder. Estamos solicitando que, as pessoas que tomem conhecimento do encontro, façam, também, sua divulgação, convidando jaguarenses de suas relações. Queremos estabelecer um efeito multiplicador que possibilite um bom comparecimento.

 Na oportunidade estará sendo feito o lançamento do Dia do Retorno 2011, que, neste ano, ocorrerá no dia 3 de dezembro (sábado). O Sr. Prefeito Municipal de Jaguarão, Cláudio Martins, em contato pessoal quando estive naquela cidade, recomendou-me que lhe comunicasse a data da reunião, pois fará todo empenho em participar do evento.

 Lembramos aos conterrâneos que as confirmações têm que ser feitas até o dia 20 de outubro, para um dos membros da Comissão: Ana Maria (9683.8018), Geraldo (9968.7852), José Alberto (3233.4799) ou Wenceslau (9984.7379).

 Divulgue! Compareça! Participe!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

DIA DO RETORNO 2011

 De acordo com manifestação do conterrâneo Alencar Porto, Secretário de Cultura de Jaguarão, que recebi na semana anterior, está confirmada a data de 3 DE DEZEMBRO, como DIA DO RETORNO de 2011. Nessa mesma ocasião estarão sendo realizados dois eventos de grande significado para nossa cidade, que são a Feira Binacional do Livro e o Festival da Canção Canto do Jaguar. Haverá, também, outras atividades dirigidas aos jaguarenses que estiverem participando do Dia do Retorno. A concentração será realizada na Praça Comendador Azevedo (antigo "Campo do IPA), a partir das 11h daquele dia, quando os "retornantes" estarão sendo recebidos pelo Prefeito Municipal Cláudio Martins, partindo para o cumprimento da programação especial definida para aquele dia.

  Ainda nesta semana, estaremos divulgando data e local do almoço de confraternização da Colônia Jaguarense em Porto Alegre, que acontecerá no mês de outubro. Poderemos, então, tratar de mais detalhes sobre o DIA DO RETORNO 2011.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

P A I N E L

MORDÁGIO - É uma forma leve que utilizo para me referir à exploração que sou submetido cada vez que percorro os 388km que separam Porto Alegre de Jaguarão. As condições da rodovia melhoraram? Sim. Não dá para negar. Mas...não na sua totalidade e não na proporção do que pagamos para isso. É o mais caro pedágio do País. Triste herança do governo Brito, que nos legou contratos desfavoráveis ao Estado o pedágio nos suga descaradamente. Quem não concordar que transite no trecho Arroio Grande-Jaguarão e me conte se "aquilo" vale a taxa que pagamos! E eles ainda queriam prorrogação dos contratos sem licitação. Lembram?

SIM, MEU AMO - Nas manchetes a "concessão magnânima" que o excelso rei machista da Arábia Saudita concedeu as suas súditas: "Agora vocês poderão votar em eleições municipais. Por enquanto, não podem ainda mostrar o rosto, nem dirigirem automóveis. Ah, e se quiserem viajar ou fazer alguma cirurgia, vão ter que continuar pedindo licença a seus amados esposos, que são os que têm condições de pensarem por vocês. Afinal, vocês são apenas mulheres e precisam ir evoluindo aos poucos"!!! Desculpem a ironia e o desabafo. Essas coisas fazem meu envelhecido sangue ferver. Estamos no século XXI e ainda temos que conviver com isso! Até quando?

PALESTINA - A questão da Palestina, nos traz novamente à discussão, no meu entender, a disposição esdrúxula de poder de veto de alguns de seus privilegiados membros. Afinal, que diabo de entidade é essa que uns países são mais "países" que outros? A ONU precisa decidir se é uma entidade representativa igualitária ou, apenas, serve de respaldo para os desmandos cometidos pelas potências nucleares. São 193 nações, se não estou equivocado, "independentes" que "dependem" da vontade de um dos cinco que têm poder de tomar uma decisão que, teoricamente, contraria o pensamento dos outros 188!  Estou errado?    

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CARTA PARA UM SOBRINHO

 João Thomaz:

 (Como se dizia antigamente): "Começo estas mal traçadas linhas" depois que deixei passar alguns dias da tua formatura, que ocorreu em Bagé, quando recebestes teu canudo de médico-veterinário. Fiz isso, para não me deixar enredar muito pelo entusiasmo sentimental de ver um guri, que há pouco ainda andava pelo colo da gente - "salamero" por demasia - encantando com a simpatia os parentes e amigos dos meus compadres.

 Hoje, que já estás taludo, graças a nossa convivência, sabes um pouco do que penso e eu sei um pouco de como pensas. Não estou te dando um conselho; é apenas uma reflexão conjunta entre um jovem - que eu reconheço como cheio de ideias e ideais - e um madurão com algumas horas de passagem pelo mundo.

 A profissão que escolhestes, em uma terra em que bilhões sofrem de fome constante, representa, cada vez mais, uma responsabilidade de contribuir para varrer essa chaga que deveria envergonhar os que convivem com ela. É verdade que não basta apenas produzir alimento suficiente para todos;  é preciso que, acima do interesse econômico, exista vontade política de solucionar o problema e, tudo indica, ela surge episodicamente mas não consegue prosperar. Se vivemos em um País e, particularmente, em um Estado, onde a pecuária é tão importante, é justo que um maior número de pessoas desfrute de seus benefícios e sabemos que isso não acontece.  Penso que terá sido em vão todos os esforços para que uma ciência avance se isso não visar à melhoria da vida das pessoas, independente de sua situação financeira. Desenvolvimento que não é para todos é, apenas, mais uma forma de acúmulo de riqueza.  Tens uma tarefa árdua pela frente se quiseres dar tua contribuição para uma mudança.

 João Thomaz, ocorrerão momentos em tua carreira que terás dúvidas. Não falo das técnicas, porque para essas poderás recorrer aos melhores compêndios; falo daquelas em que terás que consultar a tua formação, a tua ética profissional e a tua consciência. Como em qualquer setor da atividade humana, na ciência também não há neutralidade. Tomar posição é privilégio e ônus dos seres pensantes. Os mais preparados para tomarem as decisões certas serão aqueles que melhor tiverem desenvolvido seu sentimento de coletividade.

 Fico por aqui. Sou parceiro numa torcida em que, por certo, há muitos componentes, que pensam das mais variadas formas mas, todos eles, com certeza, apostam em que sempre hás de optar pelo que for melhor para os que confiarem na tua aptidão e na tua capacidade de trabalho.

 Um grande abraço, do tio Wenceslau.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

CPMF - SIM OU NÃO?

 Volta-se, novamente, aos debates sobre o retorno, ou não, da CPMF como forma de solucionar (ou amenizar) o grave problema de saúde no Brasil. Muitos são contra porque estão sendo programados para isso, diariamente, pela mídia que, obviamente. defende os mais aquinhoados.

 A bem da verdade, deve-se ressaltar duas questões que julgo importantes para uma análise da matéria. Primeira: este foi o imposto mais justo até agora criado no Brasil. Muito mais do que o próprio imposto de renda que taxa salários desproporcionalmente e atinge uma pequena parcela da população. Segunda: essa contribuição atingiu a muitos que nunca pagaram qualquer imposto ou PAGAM MUITO MENOS DO QUE DEVERIAM. Essa, realmente, foi a principal causa porquê foi extinta. Você já pensou em qual era a sua contribuição mensal quando a taxa existia? Agora, pense, também, quanto deveria pagar alguém, como um profissional liberal, por exemplo, quando lhe prestou um serviço e não lhe passou um recibo. Ou outros tantos aos quais o Estado não tem condições de controlar e que eles próprios podem decidir o quanto querem pagar de imposto. Você acha correto esse procedimento? Todos nós teríamos dezenas de exemplos, lembrando as vezes em que nos deparamos com essa situação.

 Defendo que venha uma nova CPMF pela sua capacidade de exercer um controle sobre grande parte da economia que escapa do fisco. Com alguns reparos, evidentemente. Entre eles, que isente, como a primeira isentava, as pessoas que ganhem realmente pouco (o teto do INSS, é um bom parâmetro) e que seja utilizada, integralmente, somente em benefício da saúde. De acréscimo, poderia ser combinada com uma diminuição nas aliquotas do IR, atingindo, também, os menores salários.Com a sua implantação se poderia sanar uma parte da sonegação (ilegal e ilegítima) praticada por aqueles que desfrutam de enormes capitais e, praticamente, passam pela economia sem contribuirem para a coletividade.

 Um dos grandes méritos da CPMF é o de contribuir para diminuir o aumento da parcela do "sonegômetro", não concordam?
   

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DIA DO RETORNO SERÁ EM DEZEMBRO

 Uma das missões entre as que deveria cumprir em Jaguarão, em minha última estada lá, era a de ter conhecimento das providências que estão sendo tomadas objetivando à realização do Dia do Retorno 2011.

 Tive a feliz oportunidade de conversar com o Secretário de Cultura do Município, Alencar Porto, e com o Senhor Prefeito Municipal, Cláudio Martins, tendo recebido a informação de que o RETORNO deste ano ocorrerá em dezembro, em dia a ser definido ainda neste mês. A mudança deve-se a fato de que ocorrerão naquela ocasião, concomitantemente, dois eventos que são a Feira Binacional do Livro e o Festival de Música Canto do Jaguar, o que motivaria uma maior participação dos jaguarenses que se encontram fora da cidade.

 Tão logo fique definida a data do DIA DO RETORNO, estaremos informando os conterrâneos através deste espaço pelo qual, também, os interessados poderão acompanhar outros assuntos de interesse de Jaguarão. Durante a confraternização, que deverá ocorrer provavelmente no mês de outubro, já poderemos ter maiores detalhes sobre o evento. 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

JAGUARÃO NA EXPECTATIVA

 Durante nossa estada em Jaguarão, na semana passada, estivemos em contato com a presidenta da CDL local, Maria Ema Lippollis, quando pudemos nos atualizar em relação aos acontecimentos que deverão possibilitar a instalação dos "free shoppings" nas faixas de fronteira.

 O Substitutivo ao Projeto de Lei 6.316/09, de autoria do Dep. Marco Maia, tem como relator na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal o Dep. Jerônimo Goergen, também da bancada gaúcha. Nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, às 10h, deverá ocorrer reunião da mencionada Comissão quando deverá ser votado o relatório favorável àquela Proposição. Na oportunidade, estarão em Brasília, representantes dos doze municípios do Rio Grande do Sul que serão beneficiados com a medida.

 Segundo a presidenta da CDL de Jaguarão, que lidera o movimento no Estado pela aprovação do Projeto, em todo o País 30 municípios fronteiriços poderão ser atingidos pela lei, destacando que, somente em 2010, o faturamento dos "free shoppings" alcançou a cifra de US$ l bilhão.

 Considerando-se que a matéria não precisa ser submetida ao Plenário, logo após sua aprovação na Câmara Federal, será encaminhada ao Senado, onde os senadores gaúchos Pedro Simon, Paulo Paim e Ana Amélia Lemos, já se manifestaram favoráveis, dispondo-se, esta última, inclusive, a ser relatora da proposição.

 Resta, portanto, aos jaguarenses, ficarem na torcida para que tudo acabe dando certo e, após vencer toda a tradicional burocracia que esses casos requerem, possamos ver nossa cidade com seu mercado de trabalho ampliado com os benefícios que dele costumam advir.

 

domingo, 11 de setembro de 2011

OUTRO ONZE DE SETEMBRO

 Mesmo que a mídia brasileira e internacional não lhe dêem a mesma importância, houve um outro onze de setembro. E não ocorreram mortes - também lamentáveis - em um único dia. Nem, tampouco, foram maquinadas por fundamentalistas islâmicos fanáticos. Neste caso, as atrocidades foram cometidas, durante dezessete anos, por "militares e civis cristãos", que conseguiram instituir a mais sangrenta e brutal das  ditaduras entre as que então ocorriam na América Latina. Em onze de setembro de 1973 alguns generais golpistas chilenos derrubaram pela força, o primeiro presidente socialista eleito diretamente pelo povo - Salvador Allende, levando-o a morte.

 Este mesmo povo que, hoje, chorava a morte de seus entes queridos que pereceram no atentado das torres gêmeas, escolheu para dirigi-lo pessoas que decidiram apoiar (de várias formas) regimes nos quais se utilizou a supressão das liberdades individuais, a prisão ilegal, o banimento, a tortura cruel e até a morte como forma de manter a submissão dos povos em benefício de um pequeno grupo. Isto aconteceu em Países como a Argentina, o Uruguay e o próprio Brasil.

 A mesma data - onze de setembro - separada por duas décadas deveria nos levar a meditar sobre a  importância da escolha daqueles a quem queremos que nos represente, assim como a responsabilidade daquelas decisões tomadas em nosso nome por aqueles que elegemos. Até que ponto o povo dos Estados Unidos tem consciência de que as decisões dos seus dirigentes interferem sobre a vida e a morte de milhões de pessoas quando seus governos se autoproclamam  juízes do mundo, acima do bem e do mal? Estarão, realmente, esses dirigentes, decidindo com aprovação de seus eleitores?  Se a resposta for negativa, cabe questionar por que permitem que seus filhos percam suas vidas em nome de algo em que não acreditam. E se a resposta for positiva? Bem...então, realmente, é tudo muito pior do que pensamos. Não posso evitar de lembrar a indignação do nosso Castro Alves, frente à ignomínia da escravidão: "E existe um povo que a bandeira empresta..." 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

OUVINDO SABIÁS

 Nunca tive bem certeza se é a primavera que nos traz o sabiá ou o sabiá é quem busca a primavera para nós. Não acredito em calendário, com datas computadorizadas e imutáveis. Acredito mais na primavera como um estado de espírito; como uma energia que se descobre invadindo nosso espaço, intercalando zunidos variados e tique-taques de corações batendo mais forte. Sempre procuro sinais dela para saber se já está chegando com sua luz e suas cores que enfeitam a vida e trazem mais encanto depois do cinza do inverno. Às vezes me engano. Como desta vez em que os ipês que margeiam a BR explodiram cedo em flores amarelas, enganados pela suavidade do final da estação anterior. Também a carrochinha, inquilina anual da nossa caixa de correspondência, se apressou em preparar seu ninho de amor, mas ainda não era a hora.

 O sabiá é meu norte. Ele não falha. O primeiro sinal de que o momento está próximo é quando aparece, ainda silencioso, entre os galhos da capororoca. Inquieto, saltitante, peito levantado, atento ao menor movimento em seu redor, ele se apresenta a seu público; aos que irão aplaudir seu canto depois que o espetáculo começar. Mas, ainda não é a hora. Quando a primavera autorizar ou quando ele a convocar, aí sim, vamos ouvir o mais melodioso e sentimental canto de um pássaro em nossa região. Não conheço outro que consiga despertar essa miscelânea de sentimentos. É preciso, no entanto, que saibamos escutá-lo, assim como se escuta uma bela sinfonia criada pelo homem. Também não conheço forma mais desumana de tratar a natureza do que a atitude egoista de aprisionar um pássaro com tal capacidade de mexer com nossos sentimentos. Quem condena um sabiá à prisão, privatizando seu canto, está nos roubando momentos que não poderão ser compensados. E o mais contraditório ainda é que sua condenação é pelo crime de disseminar a alegria.

 Fico imaginando que, se todos os sabiás estivessem engaiolados, não teríamos primavera, pois eu penso que a estação não aconteceria se não houvesse um sabiá para convocá-la a trazer-nos suas cores e suas flores. E, se não tivéssemos primavera, não haveria o amor à beleza e nem a vida multiplicada mil vezes para a continuação daquelas espécies que precisam dela para se multiplicarem.

 Benditos sejam, pois, todos os sabiás, que nos trazem as primaveras e benditas sejam todas primaveras porque nos trazem os sabiás, com seu porte; com sua graça e com seu canto-mensagem. Por certo,  a natureza os inventou para lembrar-nos que não somos os únicos belos e perfeitos de passagem por aqui.
(Wenceslau Gonçalves)

(Publicado na Gazeta Regional/Camaquã em 28.09.01)

MICROPOEMA 1

As flores
São apenas a mensagem.
Falar do amor
Requer mais coragem...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

P A I N E L

ACULTURAMENTO - Sempre que tenho oportunidade, reclamo do "aculturamento" a que estamos submetidos - não só nós, brasileiros - pela força econômica da língua inglesa que, aos poucos, vai se introduzindo até em nosso linguajar quotidiano mais trivial. Chegamos ao ponto de não encontrarmos um equivalente em nosso idioma a algumas novidades que a mídia - já aculturada quase totalmente - nos impõe. Há alguns dias, em uma reunião de um grupo de jaguarenses acabamos discutindo sobre o tema e surgiu a dúvida para um termo equivalente apropriado em português a "pen-drive". Soube que o João Thomaz (um novo veterinário na praça) acabou tendo uma feliz inspiração para resolver a questão que ao menos serve para nós gaúchos: "carrapato". Legal, não acham? Ou alguém teria outra sugestão? Resolvi adotar até como contraponto ao que alguns "aculturados brasileiros" querem nos impor. Convido meus poucos leitores a divulgarem a idéia, se a aprovarem, é claro...

REVIVENDO - O sempre atento amigo e colaborador José Alberto de Souza (Poeta das águas doces), me chama atenção a propósito da nota "Revivendo", onde divulguei uma poesia do Pedro Jayme Bittencourt. Ele me confirma que o Pedro, assim como sua mãe (Profa. Delícia) e sua irmã (Teresa) são naturais de Santa Vitória do Palmar. Feita a retificação. Obrigado, companheiro!

MATANDO A SAUDADE - Estou na terrinha desde o dia 24, matando a saudade. Parece, as vezes, que o frio quer acabar comigo, mas eu resisto. Na minha mente repassam cenas do tempo que foi, em um retrocesso igualmente nostálgico e prazeroso. É como rever um filme da época do "matineé" de domingo à tarde, no velho teatro Esperança. Uma passada no café do "Bolha" ajuda a colocar-me em dia com as novidades e me proporciona a oportunidade de participar de debates acalorados sobre os mais variados temas. Os frequentadores do local têm os mais diferentes tipos de opinião, tornando-o  um exemplo de espaço democrático.  

sábado, 27 de agosto de 2011

R E V I V E N D O

 Lá pelos idos de 60, logo após o golpe de primeiro de abril, eu era, então, um jovem de 19 anos. Cheio de ideias e já com muitos dos sonhos que carreguei comigo ao longo da caminhada. Nessa época tive oportunidade de conhecer o arroio-grandense Pedro Jayme Bittencourt. Era filho de um talentoso jornalista - Guadil Bittencourt (uruguaio) e da professora Delícia Ramis Bittencourt (presumo que jaguarense). Por essas circunstâncias da vida, nunca mais tive contato e muito pouco soube sobre eles depois que me embretei na Capital.

 Militante político, sem ser filiado, era, sobretudo, um corajoso para o momento histórico escuro que começara a se desenvolver no País. Foi, também, um grande orador que sabia usar a palavra com maestria incomum, além de um inspirado poeta. Aliás, no que seguiu os passos de seus pais. Infelizmente pouco pude conhecer de sua obra e, dela, guardo, apenas, algumas poesias esparsas, extraídas de um pequeno opúsculo mimeografado que me caiu nas mãos naquela época. Entre elas, esta, à moda dos velhos tempos do romantismo:   

                                               Requiem (Pedro Jayme Bittencourt)

A tarde inclina pensativa a incerta
cabeleira de sol, no azul poente...
E nos meus olhos trêmulos desperta
a agonia da luz, piedosamente...

   A tarde vem debruçar-se, de repente,
   à janela escancarada, só, deserta:
   e eu acho extraordinário e surpreendente
   que a tarde caiba na janela aberta...

Mas ela vem - e a luz com ela -
na inquietude do sol que já não arde,
morrer junto a mim, sobre a janela...

   E num vibrante, derradeiro grito
   a alma do sol foge da tarde
   para os meus olhos trêmulos e aflitos...

domingo, 21 de agosto de 2011

O Q U I L E R O (II - final)

 A filha, uma mulata faceira e linda, cobiçada até por branco de importância, que fazia bonito em qualquer festa, havia sido o orgulho do casal. Acabou vindo mais cedo para o povo a convite de uma madrinha que vivia na cidade. Não demorou muito para que a moça criada na campanha caísse na conversa do primeiro namorado. Embarrigou, seduzida pelo malandro pelo qual se enrabixou, mas que não queria nada com o trabalho. Logo que a criança nasceu, o ajuntamento não durou muito e o neto foi morar com os avós. "Ela continua aí, na mão de um e de outro e vivendo a vida que não merece ser vivida", costumava dizer Nico, cheio de mágoa, quando perguntavam por ela. Hoje, pode ser encontrada em uma dessas pensões de mulheres da zona e atende pelo nome de guerra de Mima.

 De vez em quando ela aparece para ver o filho e leva um brinquedo ou alguma gulodice. No início, bem que a criança reclamava a presença da mãe, mas, com o tempo, acabou se acostumando àquelas visitas esporádicas. Agora já nem pergunta mais, apenas deixa-se acariciar, meio sem jeito, quando a mãe o chama para perto nas poucas oportunidades em que ela aparece em casa.

 O guri é o dengo dos velhos. Menino esperto de nascença. Mal tinha seis anos e já começara escrever algumas palavras. Hoje, com oito anos, frequentando o segundo ano primário, já chama a atenção dos avós quando eles falam alguma palavra muito errada. Esse menino, sim, vai ser a esperança da família. É capaz até de dar pra doutor um dia porque nunca haviam visto uma criança tão inteligente e educada. "Os modos, então, são de gente grande. Tem sempre a roupa limpinha e nunca se rebela quando não lhe fazem as vontades", diz dona Noca, com orgulho.

 Com a idade em que os velhos da cidade já estão em casa ganhando o salário mínimo do INPS, o seu Nico não sabe mais como ganhar a vida. Aqui não tem emprego para quem só sabe lidar com bicho do campo.

 Lá pelas tantas, quando já estavam acabando os pilas recebidos pela venda da vaca e do terneiro, seu Osvaldo do mercadinho deu-lhe a idéia. Ele mesmo precisava de alguém que fizesse aquele serviço, principalmente agora que o peso estava baixo e havia muita coisa barata do outro lado da ponte.

 Saiu dali pensando que nunca teria coragem de fazer aquele trabalho. "Nunca fui homem de andar no caminho errado. Sempre procurei ser respeitador das leis que os doutores fizeram. Eles estudaram tanto e sabem mais do que eu, que sou um pobre velho analfabeto". Chegou em casa e, enquanto dona Noca terminava de aprontar a janta, ele contou, entre um mate e outro, o que havia conversado com o bolicheiro. Ela achou que não estavam em condições de escolher o que fazer e estava começando a faltar comida. No dia seguinte, ele passou a ser mais um quilero  na Ponte Mauá.

 Em Rio Branco, graças às indicações do seu Osvaldo, ele procurou as pulperias onde pudesse encontrar as mercadorias mais baratas para revenda. Isto servia, também, para ele ir, aos poucos, arriscando a falar algumas palavras em castelhano que ia aprendendo no entra-e-sai do país hermano, todos os dias.

 Assim, durante muitos anos, enquanto teve forças seu Nico carregou em seus braços de velho a galleta, a graxa, a farinha e tantas outras coisas, dependendo do peso baixar ou subir de valor em relação ao cruzeiro. Nunca fora atacado por um guarda em qualquer das Aduanas, graça, talvez, ao seu aspecto de quem dependia daqueles poucos trocados que conseguia ganhar com aquele trabalho diário. Mais de de um mercadinho naquelas redondezas do Cerro eram abastecidos pelas mercadorias uruguaias trazidas pelo seu Nico.

 Por muito tempo aquele fora seu ganha-pão. Agora não podia mais ajudar a companheira que tinha quase a sua idade, com quem vivia há mais de cinquenta anos. A velha, além de fazer a lides da casa, ainda lavava roupa para fora, isso quando aparecia alguma madame interessada nesse trabalho porque agora as lavanderias faziam isso mais rapidamente.

 Mas, hoje, vai fazer o quê, se já não tem nem mesmo forças para carregar um saco de bolachas ou de graxa contrabandeados do Uruguay para os mercadinhos da redondeza, último recurso para tirar algum ganho para sustentar três pessoas nestes tempos difíceis?

 E agora, que não pode mais trabalhar, quem vai providenciar nas coisas pra dentro de casa? Como vão se alimentar e o menino como vai poder continuar estudando se não vai sobrar para comprar um lápis ou um caderno?

 Dona Noca é quem acaba tomando uma decisão. Chama o menino, entrega-lhe uma saqueta e lhe diz, com o rosto virado para o outro lado, para não denunciar os olhos molhados:

 "Filho, o vô Nico não pode mais trazer as mercadorias de Rio Branco. Agora tu é que vais fazer isso", e saiu para o pátio pela porta dos fundos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JAGUARENSE RECEBE COMENDA

 A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Rio Grande do Sul outorgou a Comenda Oswaldo Vergara a dezenove advogados do Estado, que se destacam por sua atuação profissional com ética. Entre os homenageados, encontra-se o nosso conterrâneo Eduardo Alvares de Souza Soares, conhecido também por sua dedicação ao estudo e divulgação da história da cidade, através de várias obras já editadas.

A cerimônia de entrega da mais alta distinção da OAB-RS foi realizada em sessão magna, com a presença de várias autoridades, e ocorreu em 11 de agosto último em Porto Alegre, por ocasião das comemorações do Dia do Advogado. Mais um jaguarense que se destaca no mundo jurídico levando consigo o nome da cidade. Cumprimentos do "letrista" deste modesto blog!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O QUILERO (I)

 O rio Jaguarão corria tranquilo no mas, no sentido da Mirim, como sempre fizera desde o princípio do mundo. As barrrancas do lado uruguaio estavam a mostra e se podia vê-las de longe pela altura e pela cor da terra preta que se destacava no verde do mato de eucalipto. Nesta época do ano, perto do Natal, a pouca água que o rio recebia não dava para preencher bem o seu leito largo atravessado pela Ponte Mauá.

 De vez em quando, uma canoa areieira aportava no cais em frente à Capitania dos Portos para deixar carga. Barqueiros de lombo brilhando de suor mostravam esforço para palear a areia para cima porque o rio baixo exigia mais força para levantar a pá carregada. Dois homens se revezavam no esvaziamento do barco e compunham um estranho ritual de trabalho, quase um bailado sincronizado, nessa tarefa.

 O sol era de um brilho intenso. Só a necessidade para fazer um vivente sair à rua com um calorão daqueles. Quem não podia ir até a Lagoa, procurava alívio na prainha do lado castelhano, perto da Aduana.

 No Cerro da Pólvora, na parte mais alta da cidade, bem longe dessa margem onde a vida corre um pouco mais devagar, um rancho daqueles de antigamente difere da paisagem das casas de material em volta. É o lugar mais pobre daquela zona. O rancho é um misto de pedra e barro, sem reboco, com remendos de lata de azeite desmanchadas e janelas sem vidraça. O único enfeite da paisagem é uma casuarina e alguns transparentes também já velhos. Ao lado, um limoeiro encascurrado ainda produz alguns frutos pequenos. Um cusco tão feio quanto magro completa o quadro de abandono que a miséria plantou no local.

 Lá dentro, na cozinha enfumaçada, uma negra velha usou a última cevadura para fazer o mate daquele final de manhã. No fogão a lenha, um feijão duro ferve numa panela de ferro e é a única opção para o almoço.

 O velho Nico, olhos meio fechados pela fumaça da cozinha, ainda tem pendurado nos lábios um cigarro apagado. É o último e ele quer fazer durar até que não seja mais possível chupá-lo de tão babado. Suas forças que, no passado, foram tão admiradas por todos os patrões que teve, estão abandonando aquele corpo de quase oito décadas. Maltratado pelo duro trabalho no campo de sol a sol, sem inverno nem verão que o fizesse parar, vai, aos poucos, se entregando. Muito a contragosto por não-fazer-nada, já não tem mais ânimo para continuar lutando.

  Nenhum um dos dois é de muita fala. São mais de fazerem pequenos comentários sobre coisas do dia a dia, mas hoje estiveram longo tempo à beira do fogão onde, de vez em quando jogavam um toco de chilca que crepitava espargindo centelhas. Murmuravam quase, pequenas frases em voz baixa, avaliando o ponto em que a situação havia chegado. Não há mais a quem recorrer e, assim, se nada acontecesse, teriam que viver da caridade pública.

 Ele rememora os velhos tempos de peão campeiro. Vaqueano como ninguém para qualquer lida de campo. Boa mão para doma e castração, foi requisitado por muitos coronéis da região. Quando o último patrão viu que ele não prestava mais para o serviço, dera-lhe uma vaca com cria; um sofá-cama velho que estivera atirado no galpão e ainda se oferecera para levar suas coisas para a cidade. Com isto, Nico se sentiu recompensado por todo aquele tempo que trabalhara para ele. Ficou com muita lástima de sair daquela estância onde passara grande parte de sua vida. A vaca com terneiro ainda conseguiu manter por um tempo no fundo do quintal, indo longe para buscar pasto para alimentá-la. Tomava leite fresquinho, lembrando as madrugadas em que se levantava para ir ao curral para ordenhar as vacas das casas. Depois de vender os animais, ainda conseguiu guardar alguns trocados por um tempo, numa caderneta de poupança da Caixa.

 O rancho fora levantado com a ajuda da mulher e de um cunhado que também lhe havia indicado o lugar que poderia ser ocupado sem pagar nada. Eram apenas duas pequenas peças mais a casinha de madeira no fundo do lote que fazia as vezes de banheiro. (continua)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

P A I N E L

GANGUES - Nessa polêmica sobre a letra do rap criticando o aumento dos deputados estaduais, que foi aprovado pela Assembléia no ano passado, tenho uma posição aparentemente confusa. Sabe, fico pensando que o pior nisso é que as pessoas, de um modo geral, acabam admitindo que nossos representantes não merecem defesa. Mesmo que isso signifique que sejamos uns estúpidos votando em cidadãos que, eventualmente, podem ser inquinados de quadrilheiros (no pior sentido) sem que seus eleitores manifestem qualquer reação em defendê-los. Aliás, parece que nem os próprios citados se preocuparam com a questão. O meu candidato não foi eleito mas eu tenho absoluta confiança de que não tentei eleger nenhum quadrilheiro, embora ele não seja perfeito. O autor alega que não ofendeu ninguém. Bom...então aquilo é um elogio aos parlamentares? Estou aberto a discussões, mas não vale dizer que quem quer discutir o assunto é a favor da censura.   

E O SONEGÔMETRO? - Os empresários criaram o Impostômetro. Uma boa, não é? Assim podemos acompanhar o quanto este País arrecada de impostos, frutos de todas as atividades que os seus habitantes desenvolvem. O que se deve fazer é a discussão sobre como se está aplicando esse volume de recursos. Ela está sendo bem feita ou não? A opinião pública precisa participar coletivamente dos instrumentos que propiciem o controle dessas aplicações, sem que haja privilégios para categorias. Os famosos "incentivos fiscais" são uma forma de privilegiar empresas que, normalmente, possuem condições financeiras para prover seus próprios investimentos. Outra grande questão é a sonegação que, de acordo com a cultura geral, corresponde a um índice igual ao que é arrecadado (Para cada real arrecadado, um é sonegado). Não se deve esquecer que a elite brasileira conseguiu acabar com a CPMF, que era uma forma inteligente de estabelecer um controle sobre rendas nem sempre declaradas adequadamente. Por isso, estou sugerindo ao empresariado que, ao lado do Impostômetro, se instale, também, um SONEGÔMETRO.

EDUCAÇÃO - Sobre o recente debate a respeito das condições salariais do magistério e do avalia-não-avalia, que se vem travando no Estado, tenho uma posição - reconheço - bem simplista. Enquanto uma SOCIEDADE, como a nossa, permitir que um educador receba por seu trabalho um valor menor do que recebe um lixeiro para desempenhar sua função, não haverá nada que possa estabelecer qualquer "concertação". Ainda se estivéssemos em uma sociedade socialista, mas vivemos no mais autêntico capitalismo periférico...Só após enfrentado e resolvido esse problema, então as partes interessadas podem sentar para chegar a uma decisão benéfica para todos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

P A I N E L

CAPITALISMO - Novamente o capitalismo está fazendo água e justamente no lugar em que tem seu representante mais genuino - os Estados Unidos. Lembram quando ocorreu a desintegração da União Soviética? A mídia "neutra" deitou e rolou propagando o fim do socialismo, como se aquele regime representasse o verdadeiro socialismo. Agora, pela segunda vez neste século, que o capitalismo treme em suas bases mais sólidas não há nenhuma menção na imprensa livre nacional colocando em questão um sistema que pode ruir, deixando o mundo todo a sofrer as consequências.

"MEDO, MUITO MEDO" - Guardei esta expressão dos noticiários da semana passada, pronunciada por um morador da Província de Fukushima/Japão, sobre a situação daquela  área que volta a apresentar altos índices de radiação, com seus efeitos negativos principalmente sobre o desenvolvimento das crianças. Quantas vezes os ambientalistas se rebelaram contra essa espécie de energia nociva, alertando para possíveis consequências nefastas? Por enquanto é lá no Japão. E quando chegar mais próximo de nós, será que vão continuar pensando que os "ecochatos" são contra o progresso?

PARA ESPAIRECER - Não quero também parecer tão amargo neste espaço. Vou trazer um momento mais descontraído porquê passei recentemente. Em minha estada em Portugal, durante os meses de abril e maio, em uma das vezes em que usei um táxi em Lisboa, tive que pagar "um mico" para um português. Que eles não são de muita conversa a gente sabe, mas numa dessas, aproveitando que um daqueles profissionais aceitou o bate-papo do brasileiro, acabei falando que, naquele dia, era feriado no Brasil (21 de abril). "E por que é feriado?", perguntou ele. Eu respondi de pronto: "Nós comemoramos o dia de Tiradentes". Depois de alguns segundos de hesitação, ele me olhou, intrigado e lascou: "Pois. E por que vocês fazem feriado no dia de um tiradentes?"...Bom, aí vocês imaginem a minha cara, até explicar a história toda.     

domingo, 31 de julho de 2011

E Q U I V A L Ê N C I A S

Quantas horas na fila
Valem um voto comprado?

E um desvio de verba
Vale quantas crianças famintas?

Uma impunidade
Equivale a quantos casebres?

Quantos analfabetos
Valem um demagogo?

Um hospital sem leitos,
Nem médicos
Vale quantos corruptos?

(Wenceslau Gonçalves, 2001).

Z O N A F R A N C A E M J A G U A R Ã O

 No dia 20 de julho, no CTG Rincão da Fronteira, em Jaguarão, realizou-se a audiência pública que tratou da instalação da Zona Franca em alguns municípios de fronteira do Brasil, entre os quais se inclue a nossa cidade. Os participantes tomaram conhecimento das providências que vem sendo tomadas em prol da aprovação do Projeto de Lei do Dep. Marcos Maia que possibilitará a instituição desse tipo de comércio em Jaguarão, considerando-se que a cidade atende os requisitos previstos naquela proposição. O encontro foi uma promoção conjunta da Comissão do Mercosul da Assembléia Legislativa do Estado e da CDL de Jaguarão.

O ato contou com a presença de grande número de jaguarenses, bem como a de autoridades, entre os quais o Prefeito da cidade, Cláudio Martins; o vice-presidente da Assembléia, Deputado José Sperotto e a presidenta da CDL de Jaguarão, Maria Emma Mendes Lippolis.

 Segundo o relator do Projeto de Lei 6316/09, na Comissão de Justiça da Câmara Federal, Deputado Jerônimo Goergen, há possibilidade de que a proposição seja aprovada ainda este ano, restando, apenas, sua normatização para que seja posta em funcionamento.

  Os jaguarenses ficam na torcida para que, finalmente, seja concretizada essa aspiração da cidade, com o que seriam criadas condições para que a população contasse com o incremento do mercado de trabalho, o que contribuiria, junto com outras iniciativas, para que fosse estancado o tradicional êxodo de jovens para outros centros em busca de oportunidades.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"ELE SE CHAMA MARTIM CÉSAR, SENHORES"

 Escrevo para os que não estavam presentes no lançamento do CD "Já se vieram", com as letras de autoria do jaguarense Martim César Gonçalves,  que ocorreu no dia 27 de julho, no Teatro Bruno Kiefer, em Porto Alegre. Os que estiveram pessoalmente naquela noite, por certo, vão concordar que o momento foi de grande emoção.

 Não cabe dúvida que a interpretação esmerada do intérprete das "poesias do Martim" - Marco Aurélio Vasconcelos -, assim como o acompanhamento musical coordenado por Marcelo Caminha, ficaram no mesmo nível do talento do letrista. Quero, no entanto, é chamar a atenção para as mensagens que transparecem nas letras apresentadas. Ouvir aquelas composições, para quem conhece a realidade campesina, é reviver, sem retoques românticos, um pouco da rotina quotidiana da vida na campanha. A história desse personagem, sem ser  um "mar de rosas", não é apenas de privações. Martim César consegue transferir para a literatura, com especial inspiração,  essa composição cultural própria do gáucho. Durante a apresentação, a platéia acompanha o cantor no sentimento que a canção expressa e não regateia aplausos, manifestando sua aprovação.

 A chamada para esta matéria está relacionada com uma das mais significativas composições do CD. A milonga-candombe "Torquato Flores, senhores", que mais agradou à assistência e, por sua solicitação, foi a que atendeu ao tradicional bis, consagrada pela preferência dos presentes. Vejam uma provinha da letra: "Meu nome é Torquato Flores/Guitarra buena e bom pingo/Fui feito para os amores/E pras pencas de domingo"...""Meu nome é Torquato Flores/Não tenho marca ou sinal/Pois não aceito senhores/Tampouco rédea ou buçal/...

 Quando, após o espetáculo, fui cumprimentar o autor, com meu abraço, só pude dizer-lhe que ele havia se superado. Não conheço tudo que ele já produziu até hoje, mas do que conheço, palpito que esse é um de seus melhores trabalhos. Quem sabe, ainda um dia tenha que desdizer o que estou afirmando agora?

 Cumprimentos ao Martim, ao Marco Aurélio e a sua equipe. Sucesso a todos! Jaguarão também está de parabéns!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

E_L___C_A_P_A_T_A_Z___(III)



 El día del capataz fue casi todo en función de la nueva visitante. Después del paseo a caballo, conociendo los rincones más bonitos de la estancia, donde todas las cosas provocaron la admiración de la señora, vino el almuerzo preparado con esmero por la vieja cocinera "Balbina", que sabía hacer el mejor arroz con espinazo de oveja de la redondeza. Después de la siesta, lo que hicieron fue sentarse debajo del cobertizo para esperar que el sol disminuyese un poco su fuerza para poder disfrutar de un baño de zanja.

  Y fue lo que hicieron al caer de la tarde, cuando el sol ya no castigaba tanto. La zanja es el lugar donde a los niños de la peonada les gusta jugar. El agua fresca corre entre dos hileras de arboles nativos y la arena blanca le daba un parecido de playa al lugar. Mientras la patrona expone su cuerpo moreno vestido apenas con un reducido biquini, el capataz, de lejos, alarga su mirada en dirección de aquella belleza agresiva que le provoca sueños que intenta apartar sin suceso.

 Ya es casi de noche cuando regresan a la casa. Y al llegar, las luces se encienden y la cena deberá ser servida en breve. El capataz saluda el patrón y, despues de preguntar si hay alguna recomendación, se aleja muy despacito "arrastrando las espuelas".

 El capataz refresca su cara con agua del tonel. Manda uno de los peones a desencillar las monturas y se dirige a su cuarto donde se tira en la cama y recuerda todo lo que sucedió en aquel día. Desea hasta la muerte del patrón, para que él pueda ocupar su lugar en la mesa grande la casa y en la cama matrimonial. Al mismo tiempo piensa que ni al menos llamó la atención de la patrona, que poca vezes le dirigió la palabra, aunque le pareció que lo miraba de reojo de vez en cuando. La madrugada estaba adentro cuando el capataz se despertó vestido y hasta con las botas que ensuciaban la punta de la colcha hecha de retazos.

 Aquellos días pasaron rápido, aunque el domingo fuese de poca lida. El capataz apenas anduvo medio sin rumbo por los diferentes lugares casi sin registar lo que hacía o donde estaba. De vez en cuando, iba hasta la casa del patrón con la disculpa de saber si él necesitaba de alguna información sobre la estancia. En esas ocasiones, de soslajo, demoraba su mirada en la joven y hasta se animó a preguntar si a ella le había gustado el lugar.

 El lunes, bien temprano, el capataz se despidió del patrón y de la señora, pero no se atrevió a preguntar si volverían la semana siguiente.

 Ellos volvieron. Y asi fue durante muchas semanas y meses, para alegria de Leôncio que, a cada visita, más se aproximaba de la joven, pasando a ser su acompañante permanente en sus andanzas por los recónditos lugares de la propiedad. Esto lo volvió más íntimo conocedor y merecedor, también, de las confidencias de la patrona. Supo que una infancia pobre la había colocado muy tempranamente en la lucha por la sobrevivencia y su suerte empezó a cambiar cuando fue a trabajar como empleada doméstica en la casa de su actual marido. Gracias a su belleza, no tardó mucho para que comenzase a frecuentar la cama del patrón y de ahí, fue apenas un paso para pasar a la condición de dueña de casa, mismo que hubiese una diferencia de casi cuarenta años entre los dos.

 Esa aproximación hizo que el capataz alimentase aún más sus sueños apasionados. A veces, se ve yendo a las ferias, junto con la patrona, con su mejor ropa dominguera y en su montura exhibiendo sus mejores arreos. En la platea hace lances dejando admiradas a las personas por su instinto para los negócios. Piensa en hacer capataz a Don Nicanor, el empleado más viejo y experiente de la estancia porque él, cuando sea patrón, no va más a ocuparse de los pequeños trabajos del campo. Va a tener que dedicarse a hacer los contactos que un buen negócio exige. Se queda pensando, si también va a experimentar manejar el cochazo y concluye que, con el tiempo, va aprender a manejarlo.

 En sus fantasias, el capataz piensa que una de las primeras providencias como nuevo dueño, sería mandar el "gringo" para el campo, junto con los otros caballos de servicio y pasar a usarlo en el trabajo, dejando su rosillo sólo para sus momentos de ocio.

 Por mucho tiempo la esperanza llenó la vida del capataz, alimentada por la amistad que crecia y la confianza que estimuló largas conversaciones entre los dos. El patrón dejó de acompañarlos en sus paseos por el campo, lo que hizo que Leôncio de a poco, se fuese deshinibiendo para tratar todo tipo de asuntos con la patrona, inclusive oyendo sus quejas en relación al tratamiento que recibia del marido. Nunca, a pesar de ello, el capataz fue más lejos que la ceremonia con la que se tratan patrón y empleado, ni mesmo llegaran a tutearse.

 Cierta mañana, en una llegada inesperada, la patrona viene solita en el coche ya conocido. El capataz, desconfiado por lo inusitado de la situación, deja sus quehaceres, y corre a recibir a la recién llegada, que se dirige a él, con una sonrisa en los labios:

 - Encilla el "gringo" para ti y la baya para mi y me acompaña. Vamos a dar una ojeada en mi propiedad. Ahora que mi marido murió, quiero hacer algunas mudanzas aqui.

 Por un momento, la sorpresa se estampó en el rostro del capataz. Luego, sin embargo, él dándole la espalda, abre una sonrisa esperanzosa y va rumbo al potrero, para cumprir las ordenes que recibió de la nueva dueña de la estancia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Uma boa notícia para Jaguarão

A mídia da Capital nos traz hoje uma boa notícia. Por enquanto é, apenas, uma possibilidade, mas que pode se concretizar ainda neste ano. Estou-me referindo ao projeto, de autoria do Dep. Marco Maia (PT/RS), atual presidente da Câmara Federal, que possibilitará a criação de "zonas francas" (ou "free shopings") em alguns municípios do Rio Grande do Sul, que preencham determinadas condições. Dentre eles, encontra-se Jaguarão. Essa providência amenizará os problemas sazonais enfrentados pelo comércio de fronteira, que sofrem a tradicional influência do "sobe e baixa" da moeda. A medida vem sendo preconizada já há algum tempo por autoridades do Município, lideranças de nossa cidade e entidades de classe, principalmente a CDL, presidida pela Sra. Maria Ema Mendes Lippolis.

Pelo que entendi, a proposição se encontra na Comissão de Finanças da Câmara, cujo relator, Deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), já teria se manifestado favoravelmente a sua aprovação, devendo apresentar seu parecer no mês de agosto. Resta ainda uma tramitação na Comissão de Justiça, devendo, após, ser encaminhada para apreciação do Senado Federal, onde, esperamos que também seja aprovada. Quem sabe ainda este ano possamos ver o projeto transformado em lei e Jaguarão usufruindo os benefícios da medida! Vamos continuar acompanhando o assunto.         

quarta-feira, 20 de julho de 2011

E_L___C_A_P_A_T_A_Z___(II)

                                          

 El capataz se consideraba un hombre de pequeñas ambiciones. Lo que él exigia de la vida era muy poco. La verdad su unico sueño era apenas un pequeño pedazo de campo, que fuese suyo, donde pudiese tener unas reses para engordar y poder llevarlas a la feria que sucedía todos los meses en la "Mei`Água". Alla, seguido, él hiba admirar la belleza de los animales que desfilaban en la pista y eran disputados por los estancieros de la región. Mismo sin poder comprar ninguno de los ejemplares que eran ofrecidos por el pregonero, a él le gustaba estar en el medio de aquellos que iban a hacer grandes negócios. Tenía buen entendimiento de lo que era un bicho de valor y sabia diferenciar un novillo al punto de una vaca vieja que sólo serviría para frigorífico. Muchos fines de semana él se dispuso a pasar el día a empanada y vino solamente para poder disfrutar un poco de aquel ambiente que lo hacía sentirse tan importante como si fuese también propietário de grandes extensiones de tierra y grandes rebaños de vacas y ovejas.

 Después de descansar un poco más en la tarde somnolienta, Leôncio, atendiendo a los apelos del estómago, dejó la cama y procuró en el pequeño armario que servía de despensa un plato hondo, un tenedor y una cuchara y se sirvió la mitad de una calabaza que había sobrado del dia anterior, añadiendo la leche que estaba en una lechera de alumínio, ya medio retorcida por el uso. Mientras se alimentaba, el capataz pensaba en el tiempo en que era jovencito y le ayudaba a su padre en las lides camperas desarrolladaas en la pequeña finca donde nació y donde se crió junto con dos hermanos y  dos hermanas. Todos ellos, hoy, vagueaban por ese mundo sin dar notícias despues que se dispersaron cuando el banco había tomado cuenta de lo poco que restaba de la propiedad del viejo.

 Como de costumbre, el sueño llegó temprano y el capataz durmió soñando con su estancia alambrada con cercas de ocho líneas, con varios azudes y potreros donde haya espacio para el ganado de casa y el que sería destinado a las ferias. El rebaño de ovejas producía mucho a cada safre y se multiplicaba a punto de duplicarse a cada año. Los caballos criollos estaban a disposición de quién los necesitase ya sea para el trabajo o para lazer. El própio patrón lo visitaba y admiraba el plantel seleccionado de su campo.

 La noche, ahora, envolvía a todos en su quietud de campiña y la misma luna que se reflejaba en el agua turbia del azude invadia libremente, por la ventana abierta, el cuarto donde el capataz dormia. Hasta los grillos ya habian cesado su sinfonia. A lo lejos, una lechuza emitia su pío de mal agüero. Las vacas de tambo rumiaban próximo al corral y se oía, de vez en cuando, el mugido lamentoso de un ternero encerrado en busca de la madre.

 Bien temprano, cuando el sol mal empezaba apuntar sus primero rayos, el capataz se levantó y colocó la pava al fuego y agarró el mate, la bombilla y el termo comprado en el Uruguay, junto con los petrechos de fumar y se sentó en un cepo en frente a la casa principal, para esperar el patrón que, como era de costumbre, deberia llegar en aquella mañana, como hacía todos los sabados.

 Esta vez traía una novedad. La primera a bajar del cochazo último modelo, que estacionó frente a la casa, fue una figura que dejó el capataz impresionado. La mujer que venía con el patrón era, hasta aquel momento, la más bella representante femenina que él ya había visto. Ella parecía una adolescente cuando recién descubre que su belleza llama la atención de los hombres. El pantalón de jean ajustado delineaba las piernas perfectas y la camisa de lino blanco bordada con flores levemente azules acentuaban los senos bien equilibrados con el resto del cuerpo. Los cabellos, de un negro brillante, y los ojos verdes y grandes completaban la pintura enmoldada, al fondo, por la loma que se veia a lo lejos. Aquella figura contrasta con el perfil del patrón, un sesentón de barriga prominente y piel rojiza por el uso frecuente del alcohol. Las ropas finas de calidad, hechas sobre encomienda, quieren recompensar la silueta desproporcional.

  Leôncio se aproxima, todavía impresionado por aquella visión matutina que no esperaba, y se dirige primeramente al patrón:

 - !Buen día, patrón! ?Hizo un buen viaje?; y lo saluda ya con el sombrero en la mano.

 - Si no fuesen los pozos y las piedras..., se lamentó el patrón. Pobre de mi cochecito con esas carreteras que están cada vez peores. - Y agregó - Leôncio, esta es Alice, mi nueva esposa. A partir de ahora es ella que va a manejar esta casa. Luego avisa al resto del personal. Y dandose vuelta hasta la jóven, dice: - Alice, este es Leôncio, mi capataz. Él es responsable por todo lo que pasa aquí en mis tierras.

 Él se vuelve, entonces, para la recién llegada y estiende la mano con respeto, casi temeroso, pero sin conseguir despegar los ojos del bello rostro en su frente:

 - Leôncio. Dijo medio avergonzado. - Disponga siempre para lo que necesite señora. Y sintió en su mano rústica, la delicadeza de aquellos dedos suaves y perfumados.

 El capataz experimenta, entonces una sensación que hasta ese momento desconocía y que no sabe explicar. Después, en la soledad de su cuarto va a intentar entender. Ninguna de las muchas "chinitas" que conociera, por más simpática o linda que fuese, le habían hecho sentirse como ahora. Hay, en su corazón, una mezcla de encanto y admiración por la mujer que está en frente a el. Se aleja un poco, todavia desconfiado de lo que siente y mal escucha que el patrón ya está dándole ordenes que necesita cumplir de inmediato.

 - Leôncio, encilla el "gringo" y la yegua baya para la patrona que ella quiere conocer el campo. Tu también vas junto para explicar mejor las cosas de aqui del interior.

 - Si patrón, ahorita mismo. - Y se dirigió hacia el galpón en busca de los frenos para traer los animales.

 El "gringo" es el caballo preferido del patrón. Es un criollo colorado bello y obediente, que recibe cuidados especiales del capataz a pedido del dueño de la estancia. El animal tiene que ser cepillado todos los días, no debe quedarse afuera y no puede ser montado a no ser por el patrón. En el potrero no tiene dificultad en traerlos para el galpón donde irá a encillarlos.

 Mientras providenciaba el preparo de los animales, el capataz va pensando que todos esos cuidados no son adecuados para hacerlos con un caballo de campo, pues acaba dejándolo lleno de mañas que vuelven el animal inutil para el servicio. Eso todo sirve apenas para exhibicionismo del patrón con la nueva esposa. (continua)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

E_L___C_A_P_A_T_A_Z___( I )



                                            
 Ya habia pasado más de media tarde cuando el capataz sofrenó el rosillo al aproximarse de la portera del potrero para contener el entusiasmo del flete en el retorno a las casas. Caballo y caballero vienen asoleados por el esfuerzo y por el calor que tuvieron que enfrentar en aquel día caliente de diciembre. Mismo con el mediodia ya lejos, el sol todavía estaba fuerte. La montaría blanqueaba de espuma y de sudor junto a la trenza que cuelga de la nuca del potro y el líquido escorria por la pierna hasta encontrar el casco.

 Desmontó cerca de la casa principal y el caballo lo siguió con las riendas en el pescuezo hasta el galpón donde un peón fue ligerito para tirar los arreos de la montura que llegaba. El capataz, ya con el sombrero en la mano, saludó a todos con un "buenas tardes" colectivo y se quedó mirando las tareas que los peones estaban haciendo. Ellos aprobechaban la hora imprópia para andar en el campo, haciendo pequeños servicios mientras proseaban sobre cosas del campo. Unos revisaban las bolsas llenas con lana por los esquiladores el dia anterior, arreglando algunas que no estaban en condiciones para seren llevadas a la cooperativa al final de la esquila. Otros engrasaban los arreos o se dedicaban a reparar una rueda de carreta que se había roto hace mucho tiempo y estaba tirada en un rincón sin utilidad.

 "Todavia es temprano pa`el mate", pensó el capataz, entrando en una pieza de tamaño regular que quedaba junto al pátio de la casa del patrón. Sentado en un banco largo que servia de silla, tiró las botas con alguna dificultad y refrescó los pies cansados del calzado y del trabajo. Colocó las alpargatas y caminó para el lavatório de hierro que quedaba en la pieza que servia también de baño. Usó el agua de un balde que estaba al lado para llenar la palangana, se lavó el rostro, las manos y las axilas, usando un pequeño pedazo de jabón que estaba en una jabonetera azul colgada en la pared, cerca de la ducha de lata que era de querozen. Se secó con una toalla, todavia nueva, comprada en la "Casa Modesta", la última vez que estuvo en la ciudad.

 Después de hecha la higiene volvió para la otra pieza que servía de dormitório y se tiró en una cama de plaza y media cerca de la ventana que daba al campo. De allí, mismo acostado, podia ver, de lejos, un pedazo de la loma y una línea divisória que servía para separar el campo del patrón y el de la propiedad vecina. El matorral próximo alegraba sus ojos en las horas de ocio. Los árboles que veía eran sus conocidos. Un ombú majestuoso era el que se destacaba. También habia "capororocas", álamos, "aroeiras" y tantos otros de los cuales no sabía el nombre. La ventana del capataz era su contacto con el resto del mundo, que desconocía, pero le gustaria ver reflejado en las estrellas en sus noches solitárias.

 Poca instrucción tenía el capataz, pero le gustaba "decifrar algunas letras" como decia. Para eso acostumbraba a comprar todos los años el "Almanaque del Pensamiento". Con el sabía de las lunas en que era mejor plantar o mismo castrar los novillos para que no se arruine el corte. Le gustaba mucho la poesia gauchesca, especialmente de aquellas que hablaban del pago y de la nostalgia que el gaucho tiene cuando necesita abandonar la querencia onde nació.

 No había llegado todavia a los treinta años. Era fuerte y quemado por el sol como todo trabajador del campo. Un bigote era su marca, que le adornaba la cara dandole una fisionomia séria y un aire de hombre bravio. Su ropa de trabajo era simple como la de cualquier peón. Pero cuando se preparaba para alguna carrera, o mismo para un baile en el salón del "Tio Gucho", le gustaba lucir su mejor pilcha. Camisa cuadriculada, bien planchada, y el pañuelo rojo vistoso. Una bombacha negra era su preferida para acompañar unas botas del mismo color, lustradas con todo cuidado. Después de cara bien lavada y cabello peinado, no podía faltar un poquito de "Amor Gaucho" atrás de las orejas. El caballo inseparable era el rosillo bueno para cualquier lida de campo. Los arreos de fiesta eran los mejores que había en el momento en las tiendas. De la badana a los estribos era todo de buena calidad. Algunos hasta personalizados como el lombillo que tenía grabado en el cabezal las iniciales LS, que correspondía al nombre Leôncio Silveira, del cual se orgullaba mucho. (Continua)


Na gaveta estão alguns trabalhos, que aguardam coragem do autor e "melhores condições" para virem a público mas, enquanto isso não acontece, aproveito o espaço democrático do blog para divulgar alguma coisa do que está em compasso de espera. O conto acima faz parte de uma coletânea que intitulei "Contos da Fronteira Sul", numa edição bilíngue, com a versão para o espanhol de Luis María Farnos, um professor argentino com o qual fiz amizade na época em que morei em Arambaré.

domingo, 17 de julho de 2011

Martim César em Porto Alegre

No próximo dia 27 (quarta-feira), mais uma vez teremos a oportunidade de usufruir do talento de um dos mais inspirados (e premiados) autores jaguarenses na área da cultura latino-americana. O trabalho de Martim César Gonçalves já foi reconhecido em várias oportunidades, como bem o atestam as inúmeras premiações que obteve em festivais de músicas dos quais participou. Nesse dia, o cantor, também de conhecida sensibilidade de interpretação, Marco Aurélio Vasconcelos, estará se apresentando no Teatro Bruno Kiefer, da Casa de Cultura Mário Quintana, por ocasião do lançamento do seu CD solo "Já se vieram", no qual interpreta composições de nosso conterrâneo.

Os jaguarenses que residem na Capital e arredores terão rara oportunidade de assistirem a uma apresentação de qualidade. O espetáculo inicia às 20h e, no local, também poderão adquirir o CD, que estará à disposição dos interessados. Os membros da Colônia Jaguarense em Porto Alegre estão empenhados na divulgação do espetáculo que serve, também, como mote para divulgação do trabalho em prol da cultura latino-americana que vem sendo desenvolvido por um grupo de conterrâneos. Os jaguarenses têm o dever de divulgar o evento. Esperamos, portanto, contar com um bom número de espectadores nessa noite.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Olhares sobre Jaguarão



Conforme estava previsto, ocorreu, no dia 13 de julho, às 15h, o lançamento, em Porto Alegre, da obra "Olhares sobre Jaguarão", que teve como organizadores os jaguarenses Eduardo Alvares de Souza Soares e Sérgio da Costa Franco. O ato, promovido pela Câmara Municipal de Jaguarão, como parte das celebrações dos 200 anos da cidade, aconteceu em um dos salões do Solar dos Câmara e contou com apoio da Assembléia Legislativa do Estado.

O trabalho se constitui em uma coletânea de manifestações, crônicas e relatos de vários autores, sendo 33 forasteiros e 17 jaguarenses, que expressam, através da literatura, sua visão sobre a nossa cidade. Essas apreciações abrangem um período que vai desde o início da nossa colonização até os dias atuais. Para significar a importância da obra, sirvo-me das próprias palavras de um dos organizadores, Eduardo Alvares Souza Soares, que afirma em Notas Preliminares: "Que este livro propicie, a todo leitor, chegar a esse "algo novo a descobrir", e assim possa, mais e melhor, amar Jaguarão. Assim seja!". 

Participaram do evento, diversas autoridades, entre as quais o Prefeito de Jaguarão, Cláudio Martins; o Secretário de Cultura, Alencar Porto e o presidente da CM de Jaguarão, Ver. Eduardo Neutzling. Da colônia jaguarense em Porto Alegre, tivemos oportunidade de constatar a presença de, entre outros, Alda Maria Ferreira Gonçalves, Ana Maria Silva, Ana Rita Bretanha, Neusa Matte, Carlos Alberto Neves, Carlos José Laborda Knorr, Eulálio Delmar Faria, Glória Maria Leite, Ildeberto Dilceu Leite, Jances Rodrigues dos Santos, João Pompílio Pólvora, José Alberto de Souza, Lourival Leite Villas-Boas, Luiz Lopes Loder, Thephanes Azevedo e Wenceslau Gonçalves.

Além da tradicional sessão de autógrafos, concedidos pelos organizadores da obra, houve uma fraterna convivência entre os jaguarenses presentes que se estendeu até o final da tarde.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Colônia Jaguarense - Notícias

A colônia jaguarense de Porto Alegre, esteve reunida, pela primeira vez neste ano, em um almoço de confraternização realizado na Churrascaria Garcias. O evento aconteceu no dia 3 de julho, domingo. Estiveram presentes conterrâneos, familiares e amigos que mantiveram cordial conversação sobre os mais diversos assuntos. Como não poderia deixar de ser, falou-se sobre o "Dia do Retorno", que foi retomado pela Administração Municipal de Jaguarão, em 2010, e deverá acontecer novamente neste ano, no último sábado do mês de novembro.

Na próxima reunião, que está prevista para ocorrer em setembro, há possibilidade de ser apresentada ao menos parte da programação para o "Dia do Retorno - 2011". Os conterrâneos interessados em participar desses encontros podem fazer contato com um dos membros da Comissão Organizadora: Ana Maria Silva (9683.8018), Geraldo Freitas (9968.7852), José Alberto de Souza (3233.4799), Wenceslau Gonçalves (9984.7379). Todos são bem-vindos, inclusive os amigos e parentes dos jaguarenses.

AGRADECIMENTOS

Este item não poderia faltar. "Desculpem nossa falha", mas esquecemos de mencionar que o Blog do Wenceslau está no ar graças ao apoio e à capacidade técnica na área do meu amigo José Alberto de Souza que, com "religiosa paciência", me guia nos meandros eletrônicos da internet. Registro especial também para Afrânio Ferreira que deu a primeira imagem para o blog. Também recebi uma força do Eduardo Gonçalves, da minha companheira Alda Maria e da filhota do além-mar, a Fernanda. A todos meu reconhecimento, esperando continuar merecendo crédito no desenvolvimento deste trabalho.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Microconto n. 1

É madrugada. Na biblioteca, o ancião lê e curte a saudade da que fora a companheira de sua longa vida. Na página 460, da Montanha Mágica, de Thomas Mann, Editora Record, 2a. edição, uma carta de amor nunca enviada, ainda levemente perfumada, transforma em lágrimas todas suas ilusões. Sua amada tivera um grande segredo.

Começando

   Começar é sempre difícil. As novidades tendem a encontrar resistência mesmo quando somos nós mesmos que as inventamos. Fui convencido a trilhar este caminho por um amigo que já desenvolve um trabalho em um blog há algum tempo e com bastante êxito. Claro que não tenho a pretenção de ter o mesmo talento ao expor as minhas idéias, como o "Poeta das águas doces", a quem me refiro, mas vou tentar.
   Qual a proposta principal do blog? Ao menos a intenção inicial porque, no decorrer de uma caminhada podemos cambiar de rumo e nem por isso esquecer o que havíamos pensado no inicio do trajeto. Nosso principal objetivo é expor idéias sem as barreiras da censura (explícitas ou não) que costumam rondar a mídia tradicional. Não quero fazer nenhuma restrição a qualquer tipo de tema a ser tratado aqui, mas pretendo tomar posições com a mesma liberdade que espero dos que discordarem das afirmativas que expuser aqui.
    É quase desnecessário, mas convém reafirmar o propósito de aceitar críticas, comentários ou citações, considerados pertinentes, sem que isso signifique, necessariamente, concordar com eles.
    Encerro com uma citação de Pulitzer, pelo que contém de verdadeiro e sempre atual ante a diversidade de informação que recebemos diariamente com viés de neutralidade e expressão de liberdade: "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".